Pessoalmente gosto mais da Leopoldina

 

A ERC deliberou sobre uma queixa apresentada por leitores da revista Notícias TV (suplemento comum do DN e do JN) que publicou pelo último natal uma entrevista a uma mascote chamada Popota. Dizem os queixosos tratar-se de publicidade encapotada a uma marca de distribuição e a ERC acaba por lhes dar razão.

Mas vale a pena ler a deliberação, partilhada aqui  pela Maria João Pires. Tem muito "food for thought" sobre a evolução dos critérios que definem o interesse noticioso ou jornalístico, ficando bem patente que esses critérios estão em acelerada evolução.

Tentando fugir a uma análise apreciativa ou moral - até porque a entrevista pareceu servir os interesses quer da agência quer dos meios que a publicaram - apenas registo que o infotainment veio para ficar. E que cada vez é mais difícil definir interesse público, quando os actores da comunicação e dos media valem pelo seu impacto e popularidade junto do público. 

Vale também a pena notar que os personagens de ficção não se resumem a figuras de animação. Quando assistimos todos os domingos a um talkshow como o de Marcelo Rebelo de Sousa, inserido num telejornal, onde se misturam livros, cantores, análise política, futebol e familiares do entertainer, como classificar esse momento televisivo? Não será Marcelo também um personagem de ficção?

publicado por Alda Telles às 14:19 | link deste post | comentar