Menos estado, N estado
Tenho de interromper as minhas merecidas férias para revisitar a palpitação 1. do meu post sobre serviço público de televisão. Culpado? O Sol, não o que generosamente me tem aquecido a alma e tostado as peles, mas o astro semanal do arquitecto Saraiva.
Citando fontes governamentais (anónimas, segundo alguns, identificadíssimas, segundo eu) que por sua vez são citadas no Diário Económico, afinal a grande aposta vai ser na RTPN.
Tenho de admitir que apanhei sol demais na moleirinha ao pensar que, numa lógica de redução ao mínimo do poder governamental na comunicação social e de redução dos custos do mesmo estado, o serviço público de televisão se resumiria a um canal residual do tipo PBS (sim, aquele que ninguém vê), e que todo o resto seria “devolvido ao mercado”.
Pois bem não, antes pelo contrário, o governo vai “reforçar” o canal noticioso do estado. Presumo que, também a bem da nação, se manterá a edição bicéfala e economicamente ineficiente entre Lisboa e Porto. Aguardemos saber quanto é que isto vai custar ao estado (muito, muito mais do que o seu custo actual, uma vez que a futura-ex RTP1 vai deixar de fornecer conteúdos de borla à irmãzinha N) para ver quanto é que o ministro Gaspar vai ter de anunciar em impostos suplementares.
A grande vantagem desta decisão é que ela em nada vai influir no trabalho da comissão que estuda o conceito de serviço público de televisão, uma vez que a RTPN é um canal do cabo, e como tal fora da órbita do conceito.
Resumindo: Acaba-se com o canal 1, redistribuindo os 50 milhões de publicidade pelos privados, e reforça-se a RTPN, com os custos da RTP1 mas sem as receitas da RTP1.
Vou dar um mergulho, mas sem molhar a cabeça, para não refrescar estas maravilhosas ideias.