Nos últimos dias, assistimos a três bons exemplos que demonstram a importância, o poder e a influência dessa disciplina do Marketing que dá pelo nome de Public Relations.

Primeiro, foi a operação montada pelo presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, para promoção da autoestima dos portugueses e das portuguesas tendo como pretexto as dificuldades criadas por um partido finlandês ao empréstimo especial ao nosso País.

Com um orçamento baixissimo inversamente proporcional à inteligência e sentido de oportunidade demonstrados, a "Operação Finlândia" deu origem a um espectacular fenómeno de propagação dos Novos Media e... nos Media tradicionais. Da última vez que vi um balanço registavam-se já meio milhão de visualizações.

Trata-se, evidentemente, de uma acção de Public Relations que se pode enquadrar no domínio da Comunicação Política e, por isso, de uma categoria que propicia geralmente mais atenção, polémica e divulgação. Mas duas outras acções quase simultâneas com aquela merecem a minha atenção.

Num plano mais comercial, mas igualmente com fortes ingredientes institucional e afectivo, a Coca-Cola decidiu assinalar os seus 125 anos de existência com uma iniciativa que teve como resultado a duplicação do tráfego de chamadas telefónicas em Portugal.

Por seu turno, a Nike criou um momento de atracção associada à abertura da sua nova loja de Lisboa, no Chiado, com o êxito mediático e de PR aqui referido.

À semelhança do que tem, certamente, ocorrido com outros "players" do mercado, na minha organização temos gasto parte importante do nosso tempo a negociar com os clientes as vertentes menos interessantes dos projectos, isto é recursos envolvidos, orçamentos e condições.

A vida está dura. Empresas, Instituições, Marcas, enfim o Mercado, sentem crescentes dificuldades em manter as suas actividades de Comunicação. Têm enorme vontade, sentem a necessidade, mas deparam-se com condições financeiras mais exigentes.

Pela nossa parte, temos adoptado uma estratégia de aproveitar o ambiente desfavorável para aumentar a nossa quota de mercado, apresentando propostas realistas - que sejam competitivas e, ao mesmo tempo, nos permitam manter a sustentabilidade da empresa e a qualidade da prestação de serviços.

Os três casos que apresentei atrás constituem bons exemplos de que é possível continuar a apostar em iniciativas de Public Relations com orçamentos adaptados ao País em que vivemos e que produzem excelentes resultados.

Sim, resultados. É disso que estamos a falar. Porque Programas de Public Relations que não apresentam resultados, esses sim, ficam sempre carissimos.