Sondagens pascais

 

Complementando a postagem de ontem.

 

Há sempre aqueles que criticam as sondagens. Neste caso, Paulo Portas vai (até) mais longe, acusando a Marktest de ser uma empresa com práticas desonestas.

 

Há aqueles que contrapõem aos resultados desta ou daquela sondagem os resultados de outras sondagens.

 

Não é para eles que escrevo esta nota. Escrevo-a para aqueles que, como eu, entendem que as sondagens constituem ferramentas essenciais de estudo para a Comunicação Política.


Que reflexão retirar dos indicadores conhecidos hoje (podendo, aliás, enquadrá-los com os indicadores divulgados ontem pelo Económico a partir do mesmo inquérito)? Que reflexão retirar dos indicadores que têm sido pré-anunciados de outra sondagem que será publicada amanhã?


Em primeiro lugar, que a barragem de Comunicação de José Sócrates e do PS foi eficaz. Isto é, parece ter cumprido o seu objectivo de transformar potenciais eleitores indecisos em declarados votantes do PS. É para isso que serve a Comunicação Política.


Em segundo lugar, que a confusa acção comunicacional do PSD (e sublinho PSD porque a confusão de protagonistas impede uma afirmação de liderança comunicacional de Pedro Passos Coelho) impediu idêntica evolução de potenciais eleitores do PSD. E poderá, inclusivé, ter funcionado em sentido oposto. Estará atrasado este movimento (no problem) ou estará perdido (problem)? - é coisa que as sondagens não nos dizem.


Estas parecem ser as especulações mais simples.


A mais complexa é a que relaciona o atrás dito com o escasso resultado (na sondagem) do PP (que, na sondagem, repito, não surge como contraponto ao PSD no voto da Direita) e a invulgar apreciação negativa ao Presidente da República.


Ora, só encontro uma especulação para a simultaneidade destes quatro indicadores e nem me atrevo a chamar-lhe especulação (quanto mais explicação).

 

É uma pergunta: será que a ideia - comunicada com foco e insistência pela Esquerda Política, sobretudo o PS - de que foi a Direita Política (PSD, PP, PdR) quem "chamou" o FMI (o salvador para uns, mas o papão para outros) está a colher em grupos de eleitores, mesmo potenciais votantes do PSD e PP?


Enfim, estou convencido de que esta pergunta já ocorreu aos Consultores do PSD, sejam eles portugueses ou brasileiros, e ao próprio Paulo Portas, que tem a vantagem de ter dirigido uma empresa de sondagens políticas.

 

publicado por lpm às 09:49 | link deste post | comentar